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Mapeamento Genético: informações valiosas para você e para quem mais? (en)

Mapeamento Genético

Ele indica coisas que você deve evitar e  pode apontar os momentos mais críticos da sua vida. E não estamos falando de mapa astral. É uma coisa muito mais visionária: a leitura do seu próprio genoma, o mapeamento genético. O estudo personalizado de DNA, que até ontem parecia coisa de filme, finalmente chegou ao alcance das pessoas comuns.

 

O que é?

Febre nos EUA e Europa, o mapeamento genético está dando o que falar.  Antes, uma realidade apenas para os bem afortunados (valores ultrapassavam a casa dos mil dólares), os novos testes entram no mercado com um valor muito mais acessível.

Mas quem nunca teve a curiosidade de saber das características hereditárias ou de onde vieram nossos ancestrais? A grande jogada dessas empresas é a forma de comunicar o produto para o cliente final: um teste que te permite gerenciar melhor a saúde e bem-estar, fornecendo informações valiosas sobre você e suas origens. Mas é realmente isso que eles querem?

 

Como funciona o mapeamento genético?

Todos os testes são regularizados por órgãos competentes de cada país. Desde o princípio a funcionalidade é muito clara, não é um teste de diagnóstico médico. Apenas utiliza-se da informação genética para mapear possíveis propensões a doenças, características hereditárias e dar a possível origem de seus antepassados.

O kit é comprado pela internet. As instruções explicam que é preciso se registrar no site para criar um perfil na web. Junto com o kit vem um código que vai ligar sua amostra ao seu perfil, pois é pelo site que o resultado é divulgado. A análise é feita através da saliva enviada pelo correio.

Após aproximadamente 8 semanas os resultados ficam prontos e os relatórios estão disponíveis no site. Para começar, dizem coisas que você já sabe, mas que serve para ganhar sua confiança em relação ao resto dos dados. O serviço é um show de demonstração de dados sobre nossos ancestrais, propensão a doenças e características hereditárias que podemos passar a nossos filhos apresentadas com uma linguagem muito simples, voltada a pessoas comuns com zero conhecimento de genética ou medicina.

 

 Uma vez que você sabe….

Algumas polêmicas em torno desses testes estão gerando bastante controvérsias entre as empresas fornecedoras do mapeamento genético e especialistas de várias áreas. Uma delas é a parte de como a pessoa recebe a informação que compara o risco de desenvolvimento de mais 240 doenças, que pode ser desde uma simples intolerância até doenças mais complexas como Alzheimer ou Parkinson.

O teste não é preciso o suficiente para dar a certeza de quando exatamente a doença possa te atingir, ou o quão grave será ou até mesmo se irá acontecer. No caso de uma intolerância, é possível tomar algumas medidas de precaução com base nos resultados. Mas no caso do Alzheimer ou Parkinson? Que são doenças debilitantes e imprevisíveis. Devo me preocupar? Como agir? Que medidas tomar? Provocam toda essa ansiedade e depois se eximem de qualquer consequência alegando que as informações do teste são apenas a título de orientação, e para obter melhores informações eles próprios recomendam alguns médicos parceiros.

 

Um gigantesco banco de dados genético

Um dos diretores de uma dessas empresas nos EUA declarou para a revista americana Fast Company que “o jogo aqui não é ganhar dinheiro vendendo kits, embora os kits sejam essenciais para se obter um banco de dados“. Então seria esse o real propósito da venda desses testes? A segunda grande polêmica por trás dessas empresas é justamente isso, por que criar um banco de dados de genomas?

Por trás dessa empresa americana, está a ex-mulher do cofundador do Google e irmã da diretora-executiva do YouTube. Em 2007 eles receberam um investimento de US$ 3,9 milhões do Google em conjunto com outras empresas.

Hoje, o que eles alegam, que esse banco de dados é meramente para pesquisa médica. Eles afirmam que todos os dados são sigilosos e que apenas alguns poucos parceiros podem ter acesso a essas informações. E quando compartilhadas, elas têm a prévia autorização do “dono” e são enviadas de forma anônima. “Uma vez com esses dados em mãos, podemos nos tornar um Google personalizado no cuidado da saúde”. Num futuro, talvez não muito distante, eles se reservam do direito de usar o mapeamento do genoma para vender produtos e serviços. E há um mercado muito mais lucrativo esperando que isso aconteça. Qualquer semelhança com o Google, é mera coincidência.