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Dia 27 de setembro é o Dia do Doador de Órgãos. A criação dessa data é para conscientizar cada vez mais a população da importância de ser um doador, desse ato tão generoso que salva vidas. O laço verde é o símbolo internacional dessa data e ajuda a identificar todos aqueles que apoiam e se identificam com esta causa.
Graças ao aumento da sensibilização das famílias brasileiras, o número de doação de órgãos no Brasil cresce a cada dia, consequentemente, com ele, o índice de transplantados. No primeiro semestre de 2017 a taxa de doadores efetivos aumentou 11,8% ultrapassando 14,6 doadores por milhão de população (pmp), deixando bem próximos de atingir a meta proposta para este ano de 16,5 pmp. O Paraná está entre os três melhores estados brasileiros que possuem alto índice pmp.
O Brasil é o segundo país do mundo em número absoluto de transplantes e o que mais investe recurso financeiro público em transplantes. No primeiro semestre de 2017 registrou um total de 13.282 transplantes realizados. Infelizmente, para quem espera por um transplante, esse número ainda é pequeno. Hoje a lista do Brasil tem 33.062 pessoas que lutam pela vida e necessitam de um novo órgão.
Total de transplantes realizados até agora em 2017:
De acordo com a legislação brasileira (lei nº 10.211, de 23 de março de 2001), a retirada dos órgãos e tecidos para doação só pode ser feita após autorização dos membros da família. Não há a necessidade de nada declarado por escrito, por isso, se sua vontade é ser um doador e salvar vidas, converse com a sua família. Qualquer pessoa saudável pode ser um potencial doador, espalhe essa ideia.
Apesar da aceitação familiar brasileira ao transplante ser de 56% (dados do primeiro semestre), ainda é um assunto delicado por falta de esclarecimentos sobre o assunto, mitos e por estar diretamente relacionado com a morte de um ente querido. Mas precisamos entender que esta perda pode se tornar um ato de solidariedade e cidadania que pode salvar a vida de mais de 8 pessoas.
Órgãos, tecidos e células (medula óssea) podem ser transplantados. Os principais são: coração, pulmão, rim, pâncreas, fígado, córneas e pele.
Pessoas vivas também podem ser doadoras de órgãos. Mas a doação é feita apenas se não prejudicar as aptidões vitais do doador após o transplante. Um dos rins, parte do pulmão, parte do fígado, parte do pâncreas e medula óssea são exemplos de órgãos que podem ser doados por pessoas ainda em vida.
Quando estamos na máquina de hemodiálise achamos que é o fim, que a história termina ali. Eu mesmo havia perdido a esperança de ver meu filho, que na época tinha 2 anos, crescer. Quando soube que havia um doador não acreditei que a minha luta na máquina de hemodiálise ia acabar. Eu lamentei o acidente que vitimou o jovem, mas foi uma bênção para mim ter encontrado uma família que soube fazer o que era certo, e com isso, salvou a minha vida. Eles tomaram uma decisão muito difícil e louvável. Até hoje eu peço proteção a Deus para eles, porque a vida de quem precisa de um transplante está nas mãos dos doadores. A minha vida estava nas mãos daquela família, e eles, ao autorizarem a captação dos órgãos, me devolveram ela. Hoje eu posso dizer que renasci. Mudei até a data do meu aniversário e passei a comemorar no dia em que fiz o transplante.
Wilton da Silva, transplantado de rins há 9 anos.