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medula óssea

A importância da doação de medula óssea para salvar vidas

A doação de medula óssea é um ato de solidariedade que pode fazer toda a diferença na vida de pessoas que lutam contra doenças graves, como leucemia, linfoma e anemia aplástica, e possuem poucas alternativas de tratamento. Facilitar o acesso à informações sobre o processo de doação e os passos para se tornar um doador(a) é fundamental, pois contribui com a redução da fila de espera.

A medula óssea é responsável pela produção de células sanguíneas. Contudo, quando não funciona corretamente, pode comprometer a saúde e até mesmo a vida do paciente. A importância da doação reside na capacidade de proporcionar uma segunda chance de vida para pacientes que enfrentam condições médicas sérias, pois terão acesso ao transplante.

Encontrar um doador compatível nem sempre é fácil, especialmente devido à diversidade genética presente na população. Por causa disso, aumentar o número de doadores é fundamental, pois quanto mais pessoas estiverem cadastradas no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), maiores serão as chances de encontrar um indivíduo compatível com aqueles que precisam de um transplante.

Como doar medula óssea?

A Associação da Medula Óssea (AMEO) montou um passo a passo para a doação voluntária. Contudo, é importante lembrar que as informações e procedimentos podem variar de acordo com a região e suas regulamentações específicas.

1 – Realizar o cadastro

Para se cadastrar como doador de medula óssea, você pode realizar o cadastro em campanhas de doação ou em um Hemocentro. No site da AMEO, você pode encontrar o Hemocentro mais próximo da sua casa digitando o seu CEP.

Para se cadastrar será necessário fornecer uma amostra de sangue e preencher uma ficha cadastral. Após aproximadamente dois meses, seus dados estarão disponíveis no REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea), que, em suma, é um registro nacional do Ministério da Saúde. Cada estado tem um cadastro e eles enviam todos os dados ao registro nacional.

2 – Esperar

A genética determina a compatibilidade de medula. Isso significa que pode levar meses ou até anos para encontrar um doador compatível. Se encontrarem você como um possível doador compatível, solicitarão que você forneça uma nova amostra de sangue para confirmar a compatibilidade.

Nesta fase, é importante manter os dados de contato atualizados, pois o doador precisa ser acionado rapidamente.

3 – Confirmada a compatibilidade, realizar avaliação médica

Quando você for chamado(a) para doar medula óssea, um médico irá avaliar seu estado de saúde e solicitar a realização de novos exames. Com base nos resultados dessas avaliações e nas necessidades do paciente receptor, o médico irá explicar qual será o método de coleta utilizado: aférese, que consiste na filtragem do sangue, ou punção no osso da bacia.

4 – A doação da medula óssea

Existem duas maneiras de coletar medula óssea. A primeira maneira é coletando do osso da bacia, inserindo uma agulha na região da nádega. Esse procedimento, realizado com anestesia, dura cerca de 60 minutos. Após a coleta, o doador fica em observação por um dia.

A segunda maneira é através da coleta venosa, onde o doador toma um medicamento durante cinco dias para aumentar a produção de células-tronco. No sexto dia, o sangue do doador contém muitas células-tronco, e uma máquina pode filtrá-las, retirando as células-tronco e devolvendo o sangue ao doador.

Geralmente, o processo de coleta leva de 4 a 6 horas. O medicamento causa efeitos colaterais como dores no corpo, semelhantes às da gripe. Contudo, não é motivo de grande preocupação, pois eles podem ser aliviados com um analgésico. Após a doação de medula óssea, o doador não precisa receber sangue.

Quem não pode se cadastrar para doar medula óssea?

Existem certas condições médicas que podem impedir alguém de ser um doador de medula óssea, pois podem pôr o transplante em risco. Algumas dessas condições incluem:

  • Pessoas com menos de 18 anos e mais de 35 anos;
  • Portadores de HIV/AIDS;
  • Portadores de Hepatite B e C;
  • Pessoas que tiveram ou têm algum tipo de câncer;
  • Pessoas com doenças autoimunes como: Artrite Reumatóide, Lupus, Fibromialgia, Esclerose Múltipla, Psoríase, Vitiligo, Síndrome de Guillain-Barre, Púrpura, Síndrome Antifosfolipídica, Síndrome de Sjogren, Doença de Crohn, Espondilite Anquilosante;
  • Pessoas com epilepsia;
  • Portadores de DST (exceto Herpes, HPV, Clamídia e Sífilis);
  • Portadores de diabetes (exceto diabetes bem controlada por dieta ou medicamento).

Apoio aos pacientes transplantados ou que estão na fila de espera

A Associação da Medula Óssea (AMEO) trabalha para tornar o Programa de Transplante no Brasil mais acessível. Assista ao depoimento da Dra. Carmen Vergueiro, médica hematologista e fundadora da AMEO, e conheça um pouco mais sobre o trabalho de apoio aos pacientes transplantados ou que estão na fila de espera.

Projetos sociais e educativos da AMEO

A AMEO também trabalha em projetos relacionados à educação, formação e divulgação de conhecimento, pois é fundamental que cada vez mais pessoas conheçam como funciona todo processo até a realização de um transplante. Um desses projetos é o Educar para Doar, que oferece um programa para escolas com o objetivo de ensinar sobre a importância da doação de sangue como um ato de cidadania. Em suma, a equipe da AMEO utiliza estratégias de teatralização e pesquisas para discutir a necessidade de ter doadores comprometidos com a doação de sangue e a falta constante de doadores nos Hemocentros. Com esse projeto, é possível explicar, também, como realizar o cadastro no REDOME.

Além disso, a AMEO iniciou em 2019 o projeto Mapa do Transplante de Medula Óssea, que reúne os dados dos transplantes autólogos e alogênicos realizados no Brasil. Este banco de dados foi criado para ajudar pacientes, familiares e profissionais de saúde a obter informações nacionais sobre o Transplante de Medula Óssea.

Ele possui um portal público, onde todos os dados estão disponíveis de forma anônima, e um portal exclusivo para os hospitais, que requer uma senha individualizada para acessar os gráficos. O Mapa de dados é apresentado de forma fácil e interativa, permitindo que o público em geral consulte os números gerais de transplantes, a distribuição por regiões do país e também visualize resultados parciais ao filtrar de acordo com seus interesses.

Confira mais sobre o assunto no depoimento da Carmen Vergueiro.

Campanha Transforme-se

Diversas ações têm o intuito de aumentar a abrangência de potenciais doadores, como a Campanha “Transforme-se”. O projeto conta com uma série de vídeos documentais, onde os transplantados contam suas histórias de vida e todo o processo de receber um novo órgão. A ação conta, também, com publicações nas redes sociais. Pois, com o grande número de pessoas que utiliza estas plataforma, é possível aumentar a conscientização.

A campanha Transforme-se tem o apoio de algumas organizações sociais, entre elas o Instituto do Bem, Instituto Gabriel, Associação da Medula Óssea (AMEO) e Associação Brasileira de Transplantados (ABTX). Em suma, o objetivo é passar a mensagem de que, por meio da doação, a vida de outras pessoas pode continuar. 

Doe medula óssea, doe esperança

Seja um herói na vida de alguém. Considere tornar-se um doador de medula óssea. Pois, um simples gesto de se cadastrar pode ser o início de uma jornada que transforma a vida de outra pessoa, trazendo esperança, saúde e a oportunidade de viver plenamente.

Juntos, podemos fazer a diferença e mostrar que a solidariedade é a força que une e salva vidas.