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A tipagem HLA é uma ferramenta essencial na medicina moderna. Utilizada principalmente em transplantes, imunogenética, farmacogenética e no diagnóstico de doenças autoimunes, essa técnica permite identificar os antígenos leucocitários humanos (HLA), fundamentais para o reconhecimento de células pelo sistema imunológico. Mas afinal, o que é HLA, como foi descoberto e por que sua tipagem é tão relevante?
HLA é a sigla para Human Leukocyte Antigen, ou antígeno leucocitário humano. Trata-se de um conjunto de genes localizado no braço curto do cromossomo 6, responsável por codificar proteínas presentes na superfície das células. Essas proteínas fazem parte do Complexo Principal de Histocompatibilidade (MHC) e têm a função de apresentar fragmentos de proteínas (peptídeos) para as células do sistema imune, especialmente os linfócitos T.
O sistema HLA é dividido em 3 classes diferentes, mas duas delas acabam sendo mais estudas devido ao seu impacto maior nos estudos de histocompatibilidade:
Cada pessoa herda um conjunto de alelos HLA do pai e outro da mãe, formando uma combinação única, altamente polimórfica. Essa variabilidade é o que torna a compatibilidade HLA tão importante, especialmente em transplantes.
A descoberta do sistema HLA começou com pesquisas sobre rejeição de transplantes nos anos 1950. O imunologista francês Jean Dausset identificou, em 1958, o primeiro antígeno leucocitário humano, o que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Medicina em 1980. Sua descoberta abriu caminho para a compreensão dos mecanismos imunológicos envolvidos em transplantes e doenças autoimunes.
Com o avanço da biologia molecular, novos alelos foram sendo identificados e classificados. Atualmente, mais de 30 mil alelos HLA já foram descritos, no inicio os alelos eram identificados com técnicas de sorologia e atualmente por tecnologias diversas de biologia molecular, como PCR-SSP, PCR-SSO e, principalmente, NGS.
A aplicação mais conhecida da tipagem HLA é na compatibilidade para transplantes. A correspondência entre os alelos HLA do doador e do receptor é essencial para reduzir o risco de rejeição do órgão ou da medula óssea. Quanto maior a compatibilidade, maior a chance de sucesso e sobrevida do enxerto.
No Brasil, o REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) utiliza a tipagem HLA para cruzar dados entre doadores e receptores.
Diversas doenças autoimunes estão associadas a alelos específicos de HLA. Alguns exemplos:
A tipagem HLA auxilia no diagnóstico, prognóstico e entendimento da predisposição genética a essas condições, sendo uma ferramenta complementar ao diagnóstico clínico e laboratorial.
Em recém-nascidos, a tipagem HLA pode ser usada para rastrear doenças genéticas ou imunológicas, como a imunodeficiência combinada grave (SCID). Além disso, pode ser útil para verificar a compatibilidade entre irmãos em casos de necessidade de transplante precoce ou terapia gênica.
A farmacogenética estuda como a genética influencia a resposta a medicamentos. Certos alelos HLA estão associados a reações adversas graves a fármacos:
A tipagem HLA é cada vez mais utilizada em estudos clínicos, terapias celulares e vacinas personalizadas, principalmente em imunoterapia contra o câncer. O conhecimento dos alelos HLA permite desenhar terapias que otimizam a apresentação de antígenos tumorais, melhorando a resposta imune.
A escolha da técnica depende do objetivo clínico ou laboratorial:
Método clássico baseado na reação entre anticorpos conhecidos e os antígenos HLA presentes na superfície das células (linfócitos). Sua principal desvantagem é a baixa resolução, identificando apenas grupos de alelos, e não alelos específicos. É mais rápida, mas a precisão é limitada em comparação com métodos moleculares.
Esta é a abordagem mais utilizada atualmente em muitos laboratórios. Ela se baseia na amplificação do DNA e permite uma resolução intermediária a alta, possibilitando a identificação de alelos mais específicos.
Esses métodos são amplamente empregados em laboratórios de histocompatibilidade para compatibilidade de transplantes e em bancos de doadores.
Esta é a tecnologia mais avançada e oferece a mais alta resolução. O NGS permite a análise simultânea de múltiplos loci HLA (diferentes regiões do genoma) e fornece informações detalhadas sobre a sequência de cada alelo. É a técnica de escolha para:
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